"Você me provoca, você me perturba. Joga
água e sai correndo. Atira a pedra e me acerta
de raspão. Me espia no escuro e mostra a
língua. Me xinga. Me atiça. Invade o meu
sossego, meu refúgio. Você me provoca
achando que não há perigo. Sem conhecer a
força da minha mordida, o tamanho dos
caninos. Você me provoca sem esperar a
picada. Sem saber que ainda não inventaram
antídoto pro meu tipo de veneno."
água e sai correndo. Atira a pedra e me acerta
de raspão. Me espia no escuro e mostra a
língua. Me xinga. Me atiça. Invade o meu
sossego, meu refúgio. Você me provoca
achando que não há perigo. Sem conhecer a
força da minha mordida, o tamanho dos
caninos. Você me provoca sem esperar a
picada. Sem saber que ainda não inventaram
antídoto pro meu tipo de veneno."
— Caio Fernando Abreu
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